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quarta-feira, 8 de julho de 2015

Alfred Wegener

Alfred Lothar Wegener (Berlim, Alemanha, 1 de novembro de 1880 — Groenlândia, 5 de novembro de 1930) foi um geógrafo e meteorologista alemão proponente da teoria da deriva continental.

Carreira


A formação inicial de Alfred Wegener foi pela astronomia, concluindo um doutoramento em 1904 na Universidade de Berlim. Contudo, sempre teve interesse pela geofísica e tornou-se também interessado nos campos emergentes da meteorologia e climatologia. Alfred Wegener casou-se com a filha de um famoso meteorologista, Wladimir Köppen. Na área da meteorologia, Wegener foi pioneiro na utilização de balões meteorológicos no estudo das massas de ar. Em 1906 Wegener fez parte de uma expedição à Groenlândia com o objetivo de estudar a circulação das massas de ar polar. Quando regressou da expedição com milhoes de anos de história, aceitou um lugar de tutor na Universidade de Marburg. Tornou a viajar para a Groenlândia de 1912 a 1913. Em 1912 foi recrutado para o exército alemão, sendo mais tarde dispensado de combater por ter sido ferido, servindo durante o resto da guerra nos serviços meteorológicos do exército. Após a guerra, Wegener regressou a Marburg, mas em 1924 aceitou um lugar de professor de meteorologia e geofísica na Universidade Austríaca de Graz. A sua última expedição à Groenlândia ocorreu em 1930. Nela, ao regressar de uma expedição de salvamento que levou alimentos a um grupo de seus colegas acampados num local remoto, morreu de hipotermia um dia ou dois após o seu quinquagésimo aniversário.
Alfred Wegener
Wegener demonstrou que o clima e as litologias coincidiam mesmo separados pelos oceanos. Depois de encontrar vestígios de fetos arbóreos tropicais na ilha, verificou que os continentes se tinham deslocado. Mas ele não sabia por que razão os continentes se moviam e, a princípio, os geólogos, especialmente os norte-americanos, desprezaram as suas ideias. Eles só se convenceram quando se descobriu que rochas magnéticas de idades diferentes apontavam para direções diferentes e não apenas para o polo norte magnético. A melhor explicação para essas variações era o movimento dos continentes.

Deriva dos continentes


No outono de 1915, em Berlim, Wegener pesquisava na biblioteca da universidade quando se deparou com um artigo científico que registrava fósseis de animais e plantas idênticos encontrados em lados opostos do Atlântico. Intrigado com esse fato, Wegener iniciou uma pesquisa, com mapas, de outros casos de organismos semelhantes separados por oceanos. A comunidade científica ortodoxa da época tentou explicar esses casos afirmando que pontes terrestres, hoje submersas, em outros tempos ligaram os continentes. Wegener notou também que as costas da África e da América do Sul se encaixavam. Poderiam então as semelhanças entre organismos dever-se não à existência de pontes terrestres, mas ao fato de os continentes em tempos remotos terem estado ligados? Uma teoria dessas, para ser aceita, necessitaria de uma grande quantidade de provas que a suportassem. Wegener descobriu então que grandes estruturas geológicas em diferentes continentes pareciam ter ligação. Por exemplo, os Apalaches na América do Norte ligavam-se às terras altas escocesas e os estratos rochosos existentes na África do Sul eram idênticos àqueles encontrados em Santa Catarina no Brasil (Argumento Morfológico). Ao encontrar vestígios de glaciares em continentes com clima tropical, Wegener admitiu que no passado esses continentes ocupariam outra posição possivelmente mais próxima da Antárctida (Argumento Paleoclimático). O meteorologista constatou também que fósseis muitas vezes encontrados em certos locais indicavam um clima muito diferente do clima dos dias de hoje. Por exemplo, fósseis de plantas tropicais encontravam-se na ilha de Spitsbergen no Ártico (Argumento Paleontológico). Descobriu também que rochas com a mesma idade e do mesmo tipo se formaram ao mesmo tempo numa altura em que os continentes tinham estado juntos (Argumento Geológico). Todas essas evidências davam suporte à teoria de Alfred Wegener da deriva continental. Em 1915 a primeira edição de A Origem dos Continentes e Oceanos, na qual Wegener explicava a sua teoria, foi publicada, sendo sucedida por outras edições em 1920, 1922 e 1929. Wegener afirmava que há cerca de 300 milhões de anos os continentes formavam uma única massa, Pangeia (do grego "toda a Terra"). A Pangeia fragmentou-se e os seus fragmentos andaram "à deriva" desde então. Wegener não foi o primeiro a sugerir que os continentes estiveram ligados em outros tempos, mas foi o primeiro a apresentar provas extensas de vários campos de estudo.

A teoria de Wegener teve poucos apoiantes na sua época
Parte das pessoas que souberam da teoria apoiaram Wegener, e parte não. Alguns riam e faziam piadas. Mas Wegener declarou que não se importava: "Poucas pessoas podem ter acreditado, e muitas não. Mas essas pessoas não importam. O que importa é que o mundo já se juntou, e daqui a milhões de anos se juntará novamente, formando outra pangeia." Wegener baseava a sua teoria em evidências circunstanciais e não foi capaz de apresentar um mecanismo para a deriva dos continentes, o que resultou numa hipótese pouco apoiada até aos anos 50 do século XX.

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